sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Arte chinesa
A China possui a mais antiga civilização continuada do mundo. Das artes do Extremo-Oriente, a chinesa é a única que nos permite recuar mais de um milhar de anos antes da Era Cristã. O país possui um imenso território (quase 10 milhões de Km2) e uma longa e rica história, mas as suas diversas regiões participaram de forma muito desigual na formação da sua arte. De todas as grandes civilizações mundiais, a chinesa é a menos documentada. Entretanto, face aos achados arqueológicos, é possível traçar um esboço, com bases científicas, das origens da civilização chinesa.
Quase todos os sítios arqueológicos e todas as capitais das suas primeiras dinastias, se situam ao norte do Iansequião e parte da Mongólia Interior (anexada ao território chinês). A civilização chinesa se desenvolveu na vasta região cortada pelo Rio Amarelo (Huão-Hó). Nesta área os chineses mantinham contato freqüente com os nômades da Mongólia e conseqüentemente com a misteriosa arte das estepes. Também ali vinham dar as estradas provenientes da Índia pelos oásis, o que derruba a teoria do isolamento permanente da China. Claro que, até o final da Idade Média, os desertos, montanhas e outros acidentes geográficos, sem falar nas diferenças políticas, eram uma barreira quase intransponível entre o Oriente e o Ocidente. Mas o isolamento continuou a ser rompido levemente pelas Rotas da Seda, embora sua comercialização fosse feita por uma corrente de intermediários que impedia maiores contatos com os chineses. A verdade é que no Sul houve um canal de comunicação ininterrupto com o Sudoeste asiático, que ficou imbuído da cultura chinesa.
Emergindo da fase neolítica, o primeiro Estado organizado que se conhece surgiu na China em torno de 1700 a.C., chamado de Xang ou Yin, mesmo nome da dinastia. A cultura deste estado evoluiu para a arte de trabalhar com bronze modelado que surpreende pela técnica apurada. Esta civilização é completamente nativa, descendente dos povos mongóis ou protomongóis que antecederam os chineses. O reino de Xang ficava localizado na fértil planície do Rio Amarelo, era uma sociedade feudal com um rei todo poderoso que teria origem divina. Abaixo do rei ficavam diversas categorias militares e civis, os escribas representando um grupo especial. Foi exatamente a escrita ideográfica, da qual descendem os caracteres gráficos atuais, que diferenciava a cultura Yin das outras estão existentes. Até o ano de 1373 a.C. a capital de Xang era a cidade murada de Ao.
As mais remotas obras de arte da China são os notáveis vasos rituais de bronze da dinastia Xang. As peças foram moldadas em formas de barro, recebendo depois retoques com ferramentas. A ornamentação era geométrica, ou com temas de animais, ou figuras de monstros que tinham por finalidade espantar os maus espíritos. A arte Xang também apresenta imponentes esculturas de pedra e requintadas obras de entalhe em jade.
Entre os anos 1100 e 1000 a.C., o povo Chou, que habitava o lado oriental do reino Xang, aliou-se a "bárbaros" e se impôs na região. A nova dinastia adotou a superior cultura Xang, que já conheciam. Tal como seus antecessores, os senhores da Dinastia Chou concentravam suas forças em cidades muradas. Os seguidores do rei, instalados pelo país como vassalos feudais, difundiram sua cultura por um vasto território. A superioridade cultural da nobreza se fundamentava em um código conhecido como "os seis preceitos": música ritual, escrita, arte de calcular, de conduzir carruagens, arte da caça e da guerra.
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